espinheira santa serve para gordura no figado

Espinheira Santa é uma planta arbustiva, perene, que se assemelha ao azevinho, um arbusto muito utilizado como planta ornamental. Originária da América do Sul e muito presente na região sul do Brasil, a Espinheira Santa vem sendo utilizada a muito tempo pelos povos nativos dessas regiões como planta medicinal. Com o crescimento das cidades, a planta passou a ser muito utilizada principalmente nos meios urbanos, com registros da sua utilização no tratamento de gastrites, dispepsia, úlceras e indigestão datando de 1930. Neste artigo veremos em detalhes para que serve a Espinheira Santa, explorando todos os seu principais benefícios e também os possíveis efeitos colaterais.

O nome espinheira santa se deve ao formato de suas folhas, que parecem ter vários espinhos e por ser considerada um “santo remédio” na linguagem popular. Outros nomes pelos quais ela também é conhecida são: salva vidas, coro-milho-do-campo, espinho de Deus, maiteno, sombra-de-touro, congorça e cancerosa.

Agora que você já sabe o que é a espinheira santa vamos entender para que serve exatamente, analisando os benefícios que já foram comprovados, se esteve vem acompanhados de efeitos colaterais e como tomar para melhores resultados.


Para que serve a Espinheira Santa?
Podendo ser utilizada como chá ou em cápsulas, as indicações de espinheira santa são várias. Os usos clássicos são para úlceras gástricas e intestinais, gastrite, dispepsia, indigestão, constipação e problemas no fígado. Outras indicações incluem anemia, câncer e como contraceptivo.

O chá feito a partir das folhas também pode ser aplicado topicamente em lesões da pele, machucados e câncer de pele.

Na medicina natural da Argentina, também faz-se uso de espinheira santa para quadros de infecções urinárias e respiratórias, diarreia, asma e para induzir a menstruação.

Muitos estudos têm sido realizados para identificar a ação da espinheira santa contra o câncer. Os fitoquímicos presentes na espinheira santa e que são os responsáveis pelas suas atividades biológicas no organismo humano são terpenos, triterpenos, taninos e alcaloides.


Quais os benefícios da Espinheira Santa?
Dentre os principais benefícios da espinheira santa podemos destacar:

1) Problemas Gastrointestinais
As pesquisas clínicas a respeito da espinheira santa começaram há muitas décadas, desde 1960, e conseguiram evidências científicas da sua ação no combate a problemas estomacais, como gastrite, úlcera e gases. Casos em que é utilizada como infusão (chá) ou pode ainda ser ingerido o extrato seco encapsulado.

As potentes propriedades antiulcerogências da espinheira santa foram demonstradas por um estudo em que o extrato aquoso quente da erva (mais conhecido como chá) foi tão eficaz quanto dois dos medicamentos mais utilizados no combate às úlceras estomacais, a ranitidina e a cimetidina, aumentando o pH do conteúdo estomacal. O baixo pH provocado pela secreção de ácido clorídrico naturalmente pelo estômago é o principal agente de úlceras quando essa secreção ocorre em excesso, esse ácido corrói as paredes do órgão levando a gastrite e até à úlcera.

A ação da espinheira santa nos casos de disfunções estomacais seria por meio de vários mecanismos, além de não depender de um componente específico da planta mas sim da ação conjunta de diferentes fitocomplexos. Um dos mecanismos foi demonstrado em um estudo com sapos, que é o de inibição da ativação de receptores histamínicos do tipo H2, diminuindo assim a quantidade de ácido secretada pela mucosa estomacal, o mesmo mecanismo dos medicamentos citados, ranitidina e cimetidina. Além disso, há inibição da gastrina, um hormônio que também estimula a secreção ácida e a motilidade do estômago. Alguns taninos e óleos essenciais seriam ainda, responsáveis por parte do efeito protetor da muscosa gástrica.

Alguns casos de gastrite, úlcera e até câncer gástricos, podem ainda ser induzidos pela presença da bactéria Helicobacter pylori, e além de todas as ações já citadas, componentes da espinheira santa também apresentaram ação in vitro e in vivo contra essa bactéria.

Com todas essas informações garantindo a eficácia da espinheira santa ela pode ser indicada para todos os seguinte quadros clínicos:

Má digestão;
Azia e acidez estomacais;
Refluxo;
Gastrites, inclusive as causadas por Helicobacter pylori;
Úlceras gástricas e duodenais;
Perturbações do trato gastrointestinal;
Enterites (inflamações do intestino);
Flatulência;
Mau hálito causado por distúrbios estomacais.
Em todas as indicações seu poder digestivo, cicatrizante, anti-inflamatório e protetor da mucosa gástrica são os mais acentuados. O médico deve sempre ser consultado para avaliar o benefício da inclusão da espinheira santa como auxiliar no tratamento dessas doenças.

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2) Ação anticancerígena
Estudos in vitro e in vivo demonstraram a atividade de substâncias presentes na espinheira santa contra células cancerosas e tumores em concentração bastante baixas. Muitos deles tendo sido realizados aqui no Brasil. O potencial da planta foi tal, que chamou a atenção de pesquisadores americanos e Europeus, e mais pesquisas foram realizadas.

A substância maitansina, um alcaloide, levou a expressivas regressões de carcinoma de ovário e linfomas, mais pesquisas não foram conduzidas pois observou-se alta toxicidade nas doses usadas.

Já um outro alcaloide, maiteína, apresentou baixa ou nenhuma toxicidade e teve excelentes resultados na redução de tumores epidermoides, ou seja, que se originam de células epiteliais, de até 60% com expressiva melhora na condição de vida dos pacientes.

Em 1990, pesquisadores japoneses descobriram a ação antineoplásica em um outro grupo de moléculas presente na espinheira santa pertencentes à classe dos triterpenos. Os experimentos mostraram citotoxidade ou inibição de vários tipos de leucemia e tumores.

Hoje a espinheira santa é utilizada topicamente por pacientes com câncer de pele na forma de unguentos ou lavagem com o extrato aquoso das folhas.

Apesar da capacidade da espinheira santa em auxiliar nos tratamentos contra o câncer, nenhuma substituição ou a inclusão desse fitoterápico nas terapias já utilizadas por pacientes devem ser feitas sem o aval médico.


3) Ação contraceptiva
Outro uso tradicional da espinheira santa ocorre por mulheres com a finalidade de ajudar induzir aborto ou evitar a gravidez. Para investigar o assunto, pesquisadores alimentaram camundongos fêmeas grávidas diariamente com um extrato aquoso da planta, porém, não houve indução de aborto nem qualquer ação sobre o feto.

Um outro estudo envolvendo ratas grávidas e não grávidas, também mostrou que não houve indução de aborto nem alterações fetais, porém a injeção de extratos das folhas de espinheira santa levaram a interferência na fertilização e implantação do feto no útero.

Um terceiro estudo em 2002 mostrou que o extrato da folha de espinheira santa tem efeitos estrogênicos. Dessa forma, o efeito sobre a fertilidade seria por alterar a receptividade do útero, impedindo a implantação do feto sem levar a efeitos abortivos ou de toxidade para o feto uma vez que o este já estiver implantado.

Um estudo com camundongos machos demonstrou que a espinheira santa não afeta a produção de esperma, não afetando a fertilidade desses animais.

Apesar de seu uso tradicional, a eficácia da utilização de espinheira santa como método contraceptivo não é garantida, além de mais estudos em humanos serem necessários. Portanto a prioridade deve ser para os métodos tradicionais de contracepção.


4) Outras utilizações na medicina tradicional
Enquanto os usos no tratamento de úlceras e gastrites, assim como eficácia contra o câncer conseguiram ser provados pela pesquisa científica, outros usos permanecem famosos apenas pelo uso popular.

É o caso da utilização de espinheira santa para a saúde dos rins e glândulas adrenais, como laxativo e antiespasmódico, para alívio das dores de cólica menstrual, para eliminação de toxinas do organismo, “limpando” o sangue, como anti-inflamatório, antisséptico, antiasmático, e diurético. Mais estudos são necessários para comprovar os resultados da espinheira santa no tratamento dessas doenças.


Dosagem – Como Tomar
Para cada forma de consumo as doses recomendadas são:

Chá: três xícaras ao dia. Para fazer o chá ferva cerca de 30g de folhas picadas em meio litro de água e deixe esfriar.
Tintura: 15 gotas diluídas em água três vezes ao dia. Já comprada pronta em lojas de produtos naturais e farmácias de manipulação.
Cápsulas: 2 cápsulas de 380mg três vezes ao dia.
Compressas: ferver 10 folhas picadas em meio litro de água, esfriar e aplicar topicamente.

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